Sentia
como se aquilo fosse se tornar uma cena de filme. Ela já podia até mesmo
imaginar cada uma das falas. Imaginava sua expressão atormentada ao citar cada
uma das características daquele que ela com tanta convicção negava. Ela sabia
que, ao enumerá-las para alguém que tivesse alguma intenção com o mesmo, se
sentiria mal. Ciúmes ferveriam seu sangue. Ela podia imaginar cada linha do
diálogo. “Você vai amar o jeito que ele tem de fazer sorrir, mesmo quando as
piores coisas estão acontecendo. Amará sua fixação por crianças. Achará lindo o
fato de ele prestar atenção a tudo aquilo que lhe é dito. Sentirá afeição por
aquele sorriso bobo de ciúmes por toda e qualquer paixão platônica que você
vier a ter. Você será encantada todos os dias pelo carinho que ele possui em seu
interior. Sentirá necessidade da companhia dele, mesmo que negue isso.” Ela
imaginava sua expressão facial ao dizer cada uma daquelas coisas. Mas ela não
tinha ideia do sofrimento que causaria a última frase. “Só, por favor, não o
deixe ir. Ele é insubstituível.”