O que seria de nós se, finalmente, conseguíssemos todas as
coisas que desejamos? Talvez o melhor seja mesmo ficar apenas na vontade, na
expectativa, na esperança. As mariposas, por exemplo, passam um tempo de suas
vidas tentando chegar a uma luz e, quando finalmente chegam a ela, morrem.
Assim, simplesmente. Alcançam seus objetivos para quê? Como aproveitar a
conquista? Temos esse costume muito ruim e, várias vezes, imperceptível.
Passamos a vida toda atrás de uma coisa, de uma ideia, de um produto, de um sonho
e, ao alcançá-los, não sabemos o que fazer com eles. Nos acostumamos a viver em
prol de uma meta, e quando essa meta é alcançada, não sabemos como prosseguir.
Percebemos que, por muito tempo, apenas existimos aleatoriamente e, de repente,
não temos mais um propósito. O que fazer depois de alcançar tal objetivo que
tanto queríamos? Como viver sem uma meta? O que aconteceu nesse período de
tempo no qual nos dedicamos a um projeto que… Acabou? Simples assim, sem mais.
Acabou e nos deixou sem outras opções do que fazer. A não ser, é claro, nos
render à morte. Como boas mariposas que somos.