segunda-feira, 16 de julho de 2018

Tchau

Quero falar sobre o Pedro. E vai doer mais do que qualquer outra coisa que eu já falei, porque vai ser a primeira vez que eu falo sobre o Pedro sem ser para o Pedro. O Pedro foi meu primeiro namorado. Ele apareceu num momento delicioso da minha vida, e completou um cenário em que literalmente tudo tava dando certo. Mas talvez essa minha percepção tenha muito a ver com o fato de que ele não deixava eu sentir nada além de felicidade. A presença dele era mágica assim, mesmo.
O Pedro foi meu primeiro um monte de coisa. Ele me apresentou um monte de mundos novos e me fez mais feliz do que eu achava que conseguia ser. Ele me deu os melhores presentes, me abraçou nas noites mais frias e me amou de um jeito que ninguém antes tinha amado. Ele apareceu com coxinha, brownie e sorvete na minha casa, tudo de uma vez só, simplesmente porque eu não conseguia decidir do que eu sentia mais vontade. Ele acordou antes do sol pra fazer almoço pra eu levar pro trabalho. Ele segurou a minha mão todos os dias. Me deu força. Me inseriu na família dele e se inseriu na minha. Todo mundo amava a gente junto. Até ele não amar mais.
 Foram exatos dois anos entre a primeira vez que a gente foi ao cinema e a última. Foram exatamente dois anos, também, entre a primeira e a última vez que ele disse que me amava. Em 2016, com sinceridade, do fundo do coração. Ontem, porque eu pedi pra ele mentir pra mim só essa vez. Me pergunto se dois anos é o tempo limite em que eu consigo me manter amada.

domingo, 15 de julho de 2018