O
meu problema - ou um deles, na verdade - é que eu segui muito à sério um
conselho. Um conselho clichê, que quase todos já ouviram ou leram. Aquele
conselho simples e famoso, que está em uma bela música “É preciso amar as pessoas como se não
houvesse amanhã”, lembra? Eu segui esse conselho, e me dei mal. Não
que o amor seja uma coisa ruim. Longe disso. É só que, como todas as outras
coisas, amor em excesso faz mal. E não adianta dizer que quanto mais amor,
melhor. Porque, afinal, o que você diz quando vê alguém que é - ou tenta ser -
amigo de todos? Você diz que é falsidade. Se você não diz, você pensa. Então,
de tanto amar, de tanto demonstrar, uma hora fui tachada de falsa. Aqueles “eu
te amo” que viraram “bom-dia” para a sociedade, sabe? Eles são um resultado
desse tão distribuído conselho.Talvez eu tenha mesmo dito muitos “eu te amo” de
uns tempos pra cá. Mas, posso garantir, cada um deles foi real. Eu realmente
amo/amava as pessoas para as quais eu disse tal frase. Só que às vezes o amor
não é suficiente. Às vezes ele é passageiro. Porque existem várias formas
de amor, e nem todas elas duram para sempre.
Sem
querer ser intrometida, mas já sendo, eu gostaria de fazer uma mudança nesse
conselho. De agora em diante, ao invés de dizer isso, eu passarei a dizer algo
semelhante a “Ame, mas escolha quem amar, sempre que possível. E não demonstre
até que seja estritamente necessário.” Até porque, demonstração de amor demais,
além de ser chata, ser tachada como falsidade, e uma hora cansar, pode ser em
vão.