quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Finalmente

Perdi as contas da quantidade de vezes em que te escrevi uma despedida. Desde o dia em que a gente se despediu pela última vez, sem saber que seria a última vez, pensei muito em você. Não vou mentir. Não menti até hoje, não faria sentido começar agora. E os pensamentos eram embrulhados em diferentes sensações. Tinha saudade, dúvida, confusão, desejo, desespero. Cheguei a pensar que tinha amor, mas era só minha grande mania de aumentar as coisas. Ou talvez não. Talvez tenha sido amor e eu só não me lembre o suficiente da sensação para afirmar isso. Olhando para trás hoje, é até esquisito pensar que eu era tão apegada a você (ou à ideia de você). Explico: esse fim de semana, você apareceu no meu feed do Instagram em uma foto com seu novo amor. Não foi o primeiro depois de mim (se é que estamos mesmo chamando o que rolou entre nós de amor), não tenho como saber se será o último. O grande diferencial foi que, dessa vez, não veio nenhuma sensação ao ver a foto. Com a sua antiga namorada, eu ainda ficava intrigada. Imaginava se as semelhanças físicas entre nós duas eram tão óbvias aos seus olhos quanto eram aos meus e dos meus amigos. Eu me indagava se você de alguma forma tinha sofrido ao saber que fui eu a primeira a seguir em frente. Eu me importava, por assim dizer.
Não mais.
Dizem que o melhor jeito de esquecer um amor (ainda adotando o termo) é se entregando a outro. Vou ter que discordar. Eu me entreguei completamente e amei a plenos pulmões, com todo o coração, a mesma pessoa há quase três anos. A obsessão por você passou, sem dúvida, e o que eu achava que poderia ser amor evaporou no dia em que eu bati os olhos nele e entendi o mundo que me aguardava. Um mundo alegre, com carinho e com o par que eu mereço, que me faz bem. Mas você ainda existia, entende? Ele é o certo, mas você ainda era alguma coisa em mim. Uma memória de algo que doeu, provavelmente. De algo que me marcaria permanentemente como uma experiência dolorosa, mas necessária. Olhando a foto no Instagram, nem isso eu senti. Ouso dizer que minha nova conclusão é que para esquecer um amor, é necessário sofrer por outro. Desde que eu sofri por ele, entendi que você não era nada em mim. Toda a dor de achar que o tinha perdido deixou no chinelo as feridas que eu acho que você me causou. E digo acho porque eu nem lembro mais como era ficar acordada até altas horas pensando em você e tentando te entender. Só sei que passei por isso porque escrevi sobre isso. A dor de um amor real apagou em um instante as mágoas que eu tanto disse que você me causou.
Fico feliz em dizer que, finalmente, não tenho mais o que te dizer. Essa é uma despedida definitiva. Não a você, porque eu já não te queria há muito tempo. Mas ao sofrimento que você me causou. À dor que eu achava que conhecia.
Hoje, sou maior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário